segunda-feira, 27 de junho de 2011

O QUE É SER UM MISSIONÁRIO?


No Miniaurélio Século XXI , missionário significa “pregador de missão cristã”. É uma palavra que designa, em geral, uma pessoa comissionada e enviada com alguns encargos, especialmente religioso. Equivale ao mesmo que mensageiro.
A palavra “missionário”, deriva do latim, tem o mesmo sentido básico do termo grego “apóstolo” (enviado). Em termos bíblicos, “é ser chamado, escolhido, separado e preparado por Deus para levar a mensagem do Evangelho”. É ter o privilégio (dever) de poder levar “Pão” aos que têm fome e “Água” aos que têm sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11).
O Evangelho de João é notável por suas quase quarenta referências de Jesus falando: “Aquele que me enviou” (Jo 4.34; 5.24; 6.38; etc.).
Para Edison Queiroz, missionário é:

“o enviado da igreja local para levar o Evangelho a pessoas de outro contexto cultural e geográfico”.

Missionário é toda pessoa que está empenhada com o anúncio do Evangelho. É o agente autorizado da Igreja, antes por Deus, e por ela enviado a proclamar a mensagem do Evangelho.
Temóteo Ramos de Oliveira define missionário da seguinte forma:

“É aquele obreiro dotado do ministério apostólico (Ef 4.11), enviado como Barnabé e Saulo (At 13.1-3), que, no cumprimento da Grande Comissão e com a visão dos campos brancos, leva a mensagem do Evangelho até os confins da Terra (At 1.8)”.

Thomas Reginald Hoover conceitua assim:

“O termo ‘missionário’ quer dizer o que é enviado; no melhor sentido da palavra, é uma pessoa que atravessa, não somente fronteiras geográficas, mas linguísticas e culturais”.

Para George W. Peters:

“missionário é aquele que possui uma mensagem divinamente autorizada com o propósito definido de evangelização e de fundação e edificação de igrejas”.

Segundo Roger Greenway, alguns motivos errados em se tornar um missionário podem ser:

1. O desejo de ser admirado e louvado por outros;
2. A busca por “auto-realização”, sem levar em consideração o esvaziar-se a si mesmo (Fp 2.5-7);
3. A busca por aventura e excitação;
4. A ambição em expandir a glória e influência de uma igreja ou denominação em particular, ou mesmo de um país;
5. A fuga das situações desagradáveis do lar;
6. A esperança de sucesso profissional após um curto período de serviço missionário;
7. A culpa e o anseio pela paz com Deus por meio do serviço missionário.

Para Greenway, os motivos corretos para ser um missionário são:

1. O desejo de que Deus seja adorado e sua glória conhecida entre todos os povos da Terra;
2. O desejo de obedecer a Deus por amor e gratidão, por meio do cumprimento da Comissão de Cristo: “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19);
3. O desejo ardente de usar todos os meios legítimos para salvar os perdidos e ganhar não-crentes para a fé em Cristo;
4. A preocupação de que igrejas cresçam e se multipliquem e de que o reino de Cristo seja estendido por meio de palavras e ações que proclamem a compaixão e a justiça de Cristo a um mundo de sofrimento e injustiça.

Deste modo, o missionário deve ser:

1. Um estudante afinco da Palavra de Deus (2Tm 2.15);
2. Cheio do poder do Espírito Santo (At 11.24);
3. Direcionado por Deus (At 8.6-13; 10.9-16);
4. Fervoroso (At 14.20-22).

O missionário deve ter:

1. A salvação (2Tm 1.12; 2Co 4.13);
2. A convicção do chamado (At 26.19; 2Tm 4.5);
3. Uma vida de oração (At 13.1-3; Rm 12.12);
4. Profunda paixão pelas vidas perdidas (1Co 13.1-8);
5. Renúncia de tudo que for necessário (2Co 11.23-28);
6. Saber que o mundo sem Jesus está perdido (Rm 6.23).

O papel do missionário é levar outros a conhecer a Cristo através de seu exemplo de vida, de suas atitudes, de suas ações e de suas palavras. É promover a entrosagem do novo-crente em uma igreja local. Se não houver uma, será imprescindível plantar uma igreja.
O missionário deve ser uma pessoa de oração, visão, sensibilidade, compreensão, perseverança, coragem, compromisso a se comunicar da melhor maneira possível e dedicação ao estudo das Escrituras, indispensavelmente.
Faz-nos necessário abrir um parêntese. Muitos missionários têm sofrido da síndrome da cobrança. Sentem-se na obrigação de dar muito fruto e mostrar muito trabalho para justificar as ofertas que têm recebido. Isto não pode suceder. Todo missionário deve trabalhar sabendo que acima de tudo vai prestar contas a Deus pelo trabalho realizado por suas mãos aqui na Terra. Nunca se deve trabalhar no campo por pressão alguma, mas para a glória de Deus, amor e vocação ministerial.

Existem vários fatores estressantes na vida do missionário:

1. De ordem cultural:
a) O aprendizado do idioma;
b) O choque cultural.

2. De ordem traumática:
a) Desastres e calamidades naturais;
b) Guerras;
c) Acidentes;
d) Inconstância política.

3. De ordem emocional:
a) O relacionamento com a família e amigos que ficaram (saudade);
b) Solidão;
c) Frustração.

4. De ordem física:
a) Doenças;
b) Clima;
c) Meio ambiente.

5. De ordem de apoio:
a) Auxílio financeiro para o sustento;
b) Residência.

6. De ordem espiritual:
a) A vida devocional;
b) Portas abertas para a proclamação do Evangelho;
c) Entraves e obstáculos espirituais.

Por ensejo do seu chamado, o missionário não encontra nenhum prazer nem realização a não ser fazendo a obra missionária. Para quem é crente em Jesus Cristo não há alternativa. Não existe meio-termo nem outra saída. A ordem foi dada a todos os crentes (Mc 28.19-20). Todos os crentes em Jesus pertencem ao povo de Deus e como tal todos devem participar da missão. Missão não é um privilégio de alguns, é responsabilidade de todos. Todos os cristãos são chamados para fazer missão. Todo crente é um missionário no meio da sua família, no seu trabalho, na sua escola e na sua vizinhança. Todo crente tem o compromisso de orar e ofertar para missão. O cristão tem muito que fazer, muito que realizar. Não lhe falta oportunidade de missão.

Soli Deo Gloria!

Nos laços do Calvário que nos une,
Rev. Luciano Paes Landim



BIBLIOGRAFIA

A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Ed 1995. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.

A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Engen, Charles van. (1996). Povo Missionário, Povo de Deus. São Paulo, SP: Vida Nova.

Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. (2000). Miniaurélio Século XXI, o minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira.

Greenway, Roger. (2001). Ide e Fazei Discípulos. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.

Hoover, Thomas Reginald. (1993). Missões, o Ide Levado a Sério. Rio de Janeiro, RJ: CPAD.

Lidório, Ronaldo. (2007). Restaurando o Ardor Missionário. Rio de Janeiro, RJ: CPAD.

Oliveira, Temóteo Ramos. (2006). Como Ser Um Missionário. Rio de Janeiro, RJ: CPAD.

Peters, George W. (2000). Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro, RJ: CPAD.

Queiroz, Edison. (2009). A Igreja Local e Missões. São Paulo, SP: Vida Nova.

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